Determinação genética não deve ser visto como ponto final científico. |
É muito comum ouvir entre leigos e até entre profissionais o uso da expressão "isso é genético" e dar qualquer discussão ou análise por encerrada. Essa concepção de genético como ponto final é tão errôneo quanto a afirmação de existência de vida por mãos de um criador.
Segundo Carvalho (1987), O que o conceito de determinação genética implica é que o ambiente não molda o comportamento arbitrariamente: seus efeitos são guiados e filtrados pela pré-organização do organismo. Num certo sentido, pode-se dizer mesmo que o ambiente não é arbitrário: o ambiente que é relevante para a determinação do comportamento não é o ambiente físico, mas sim o psicológico, ou seja, aquele que é especificado pelas características do organismo - um "ambiente específico da espécie" (Carvalho, 1987).
Neste sentido, faz-se de suma importância que afirmações como "a orientação sexual e o comportamento anti-social, definido como psicopatia, são genéticos" é, por essa lógica, uma economia conceitual de dizer:
- Determinado organismo/sujeito possui uma predisposição à apresentar determinados comportamentos, entretanto, deve-se considerar as contingências envolvidas, visto que elas atuaram como possibilitadores ou não de uma determinada característica.
Predisposição genética e contingências não estão separadas e não excludentes, pelo contrário, elas se complementam.
Sugestão de leitura: Etologia e Comportamento Social de Ana Maria Almeida Carvalho.
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